Apostamos por isso numa política de diversificação da oferta dos modos de locomoção a fim de reduzir o fluxo de automóveis que circula na cidade e favorecer um melhor aproveitamento da oferta de transportes públicos que existe na cidade.
Trata-se de substituir a quase obrigatoriedade de utilizar o automóvel nas deslocações citadinas, pelo desenvolvimento de alternativas eficazes ao seu uso abusivo e indiscriminado. Propomos assim que cada um possa fazer uma verdadeira escolha na sua maneira de se deslocar em Lisboa: a pé, em bicicleta, em transporte público, em veículos de duas rodas, ou de carro.
A diversidade de modos de mobilidade que queremos potenciar e tornar mais atractivos e fáceis de utilizar, adapta-se à cidade contemporânea: é uma resposta contra a poluição e a emissão de gases com efeito de estufa; mas é também a liberdade reconquistada pelo cidadão na cidade.
Estas mudanças, para produzirem efeito, serão conduzidas com método e progressivamente. Porque incitar uma parte dos automobilistas a optarem por outros modos de deslocação só faz sentido se as alternativas estiverem operacionais e forem atractivas.
Para tanto, o nosso programa propõe um conjunto de medidas, das quais se salientam:
•Aplicação do conceito de inter-modalidade, favorecendo a utilização integrada de todos os modos de transporte, dos públicos aos privados, dos motorizados aos não motorizados.
•Conceder prioridade à melhoria das condições de operação e utilização do transporte colectivo.
•Estudo e desenvolvimento de uma rede de eléctricos rápidos, que se articule com as linhas de metro, oferecendo uma alternativa de proximidade e qualidade a baixo custo.
•Medidas dissuasoras da utilização do transporte individual, com destaque para a regulação da oferta de estacionamento nas áreas urbanas que contenham ou se localizem junto dos nós de transportes públicos pesados e sejam bem servidas pela rede de transportes colectivos.
•Aposta nos modos suaves de locomoção, com destaque para o reforço de investimento na melhoria das condições cicláveis; a promoção de percursos urbanos pedonais; uma atenção especial aos peões na elaboração dos Planos de Transportes e de Mobilidade.
•Desenvolvimento do Programa “ZONAS 30”, com a introdução, nos bairros residenciais, de zonas de circulação local à velocidade máxima de 30 km/h, articuladas com medidas de recuperação do espaço público, como o alargamento de passeios, passadeiras sobrelevadas, medidas de acalmia de tráfego e estacionamento para residentes.
•Pôr em prática, paralelamente, uma rede de corredores de circulação prioritária, de interconexão das várias zonas da cidade, com uma atenção particular ao controle do estacionamento irregular para garantir a máxima fluidez do tráfego.
•Desenvolvimento de políticas de proximidade, nos locais em que os lisboetas residem, valorizando a vida de bairro, melhorando os pequenos espaços de encontro e a instalação de equipamentos. Desta forma será facilitada a acessibilidade a bens e serviços essenciais, sem necessidade de recorrer obrigatoriamente ao transporte motorizado.
•Reorganização da micrologística na cidade, com a aprovação de um novo regulamento de cargas e descargas e o desenvolvimento de um plano que explore meios alternativos de transporte na cidade, nomeadamente a rede de metropolitano com os seus espaços de armazenagem disponíveis no centro, complementada com pequenos veículos eléctricos nas zonas centrais da cidade.
Grandes linhas da política de Mobilidade, in Unir Lisboa
A Rua do Arsenal é um dos casos a merecer a aplicação do programa "Zonas 30". Garantindo mais condições aos residentes, com a diminuição de ruído, mas também de mais condições para os peões e maior atractividade do comércio, com o alargamento dos passeios.
1 comentário:
Alargamento de passeios na R. do Arsenal? Mais vale cortar o trânsito, ou pensam por apenas a rua com um sentido?. A.A.
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